quinta-feira, 23 de junho de 2011

Soneto de Separação

SONETO DE SEPARAÇÃO
Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



Moraes, Vinicius. Antologia poética.São Paulo:
Companhia das Letras,2009,p.177.
http://www.google.com.br/imgres?q=soneto+do+amor+total&um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1360&bih=667&tbm=isch&tbnid=bNHuuHW4F5_hTM:&imgrefurl=http://politicanoturna.b

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